Domício Silvestre, do Perequê-Mirim, afirma que filho foi a 4ª vítima de infecção; caso levanta alerta sobre esgoto nos rios e praias poluídas
A sessão da Câmara Municipal de Ubatuba, na última terça-feira (13), foi marcada por forte comoção. Domício Silvestre Gomes, morador do bairro Perequê-Mirim, relatou publicamente a morte do filho de 30 anos, ocorrida em 28 de abril, após contrair uma bactéria ao entrar no mar em uma praia local. Segundo ele, a contaminação teria origem no despejo de esgoto nos rios do bairro, que deságuam diretamente no mar sem tratamento adequado.
De acordo com Domício, o filho apresentou os primeiros sintomas no dia 22 de abril, procurou atendimento na Santa Casa de Ubatuba no dia 25, retornou ao hospital em 27 de abril e faleceu no dia seguinte. Em entrevista ao vivo nesta quarta-feira (14), no programa Download da Guardiã, com os jornalistas Brás Santos e Francisco Trevisan, Domício disse que esta teria sido a quarta morte pela mesma bactéria na cidade, todas ligadas a contaminações em áreas com despejo de esgoto irregular.
Além de cobrar ações imediatas da Prefeitura de Ubatuba, Câmara Municipal e Sabesp, o morador apontou a omissão das autoridades estaduais no controle sanitário da região. “A Sabesp está jogando esgoto dentro do rio. Isso tem que parar. Quantas pessoas mais vão precisar morrer para que alguém tome providência?”, questionou.
A reportagem da Rádio A Guardiã da Notícia entrou em contato com a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), uma vez que a praia onde o caso teria ocorrido está oficialmente classificada como imprópria para banho, segundo relatório da última semana. Também foi feito contato com a Secretaria Estadual da Saúde, solicitando mais informações sobre a suposta recorrência da infecção e eventuais investigações sanitárias em andamento.
Até o momento, nenhum dos órgãos respondeu aos questionamentos. A Guardiã segue acompanhando o caso, que escancara os efeitos da falta de saneamento básico em uma cidade litorânea que depende da balneabilidade para sustentar o turismo e proteger sua população.
A comunidade cobra respostas e ações. A dor de uma família não pode ser apenas mais uma estatística.