Denúncia de ‘rachadinha’ envolve ex-vereador de Suzano Lisandro e mobiliza Ministério Público.
Uma denúncia envolvendo o ex-vereador de Suzano, Lisandro Frederico, trouxe à tona um escândalo de rachadinha na política municipal, movimentando testemunhas, provas e investigações. O caso, que remonta a 2013, começou com um grupo de protetores de animais na cidade, levando à fundação de uma ONG e, posteriormente, à escolha de Lisandro como candidato nas eleições municipais de 2016, na época pelo PSD.
Durante o início da reportagem, uma sonora de Lisandro Frederico, em tom enfático, afirmava que “deve ser preso quem pratica rachadinha”. No entanto, a narrativa se complica com relatos de ex-funcionárias de seu gabinete, que pedem para não serem identificadas. Suas entrevistas são apresentadas com vozes alteradas e imagens distorcidas para garantir o anonimato, expondo detalhes sobre a prática ilícita no gabinete do ex-parlamentar.
Segundo uma das ex-funcionárias, que preferiu não mostrar seu rosto, a história começa a se desenrolar a partir de um pedido de cassação na Câmara Municipal, em um processo que se estende por seis anos até alcançar o Ministério Público. Em outra sonora, Lisandro Frederico afirma estar “respondendo às acusações”, tentando se defender das denúncias.
O Ministério Público do Estado de São Paulo aceitou a denúncia em 28 de junho de 2024. A peça processual aponta que o ex-parlamentar exigia parte dos salários dos funcionários do seu gabinete, além de cobrar de assessores indicados para cargos na gestão municipal, autarquias e outros serviços sob sua influência. Durante o inquérito policial, provas como prints de conversas de WhatsApp foram anexadas para comprovar a prática.
Duas testemunhas, que optaram por não se identificar, deram depoimentos emocionantes. Uma delas, em lágrimas, relatou ter sido humilhada durante o curto período em que esteve ligada ao ex-vereador e revelou que foi responsável pela contabilidade da suposta rachadinha. Em outra sonora, uma ex-funcionária, que permaneceu no gabinete até o final do mandato de Lisandro, contou que contraiu dívidas superiores a 12 mil reais e, por isso, não deixou o emprego antes.
O caso ganhou nova força com a quebra do sigilo bancário dos envolvidos. O Ministério Público destacou que algumas das pessoas que negaram participar do esquema são justamente as que mais transferiram dinheiro para o parlamentar, conforme indicam os documentos obtidos.
Apesar das provas e dos depoimentos contundentes das testemunhas, Lisandro Frederico, que agora é novamente candidato a vereador em Suzano pelo Podemos, nega todas as acusações. Em sua defesa, ele insiste que “quem pratica rachadinha deve ser preso”, frase que encerra esta reportagem, mas que também ecoa como um desafio diante das investigações em curso.
O Ministério Público segue investigando o caso até a conclusão do suposto esquema de rachadinha no gabinete de Lisandro Frederico, que tenta novamente retornar ao cenário político da cidade.