A desapropriação de dois terrenos no bairro Mato Dentro, decretada pela Prefeitura de Ubatuba em 1º de abril, gerou polêmica e acusações de motivação política.
Os imóveis, vendidos à empresa Romero e Lima para construção de um empreendimento, foram declarados de utilidade pública sob a justificativa de atender “demandas administrativas” do município.
O advogado Marcelo Angelo, ex-secretário de Governo da gestão Márcio Maciel, afirma que a medida é retaliação por ter feito parte da antiga administração. Ele alega perseguição da prefeita Flávia Pascoal desde seu período como vereadora. Segundo Marcelo, os terrenos estavam à venda há anos e só despertaram interesse após sua participação na negociação.
Documentos internos da Secretaria de Urbanismo mostram mudanças na justificativa da desapropriação. Primeiro, o imóvel seria para futura ampliação da Câmara Municipal, mas depois o motivo foi alterado para uso administrativo geral. Vereadores, no entanto, negam interesse do Legislativo nos terrenos e sugerem viés político na ação.
Apesar do alvará de construção ter sido concedido em 2024, a prefeitura declarou urgência na desapropriação. A obra, segundo Marcelo, já tinha unidades comercializadas. A Prefeitura de Ubatuba ainda não respondeu aos questionamentos oficiais encaminhados pela imprensa.