No ENIC 100, Ministro das Cidades anuncia expansão do Minha Casa Minha Vida
O Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), começou nesta terça-feira (8), sua 100ª edição e deixou claro que a missão atual do setor da construção civil é diversificar as fontes de financiamento e aprimorar os marcos regulatórios do setor, na intenção de baratear créditos diretos ao consumidor final, mas também alimentar a indústria como um todo.
Na abertura do evento, que aconteceu no Expo SP Imigrantes, as autoridades foram taxativas em confirmar que a nova faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida será fundamental para trazer nova pujança econômica para o segmento, um dos principais responsáveis pela economia nacional. Agora, as famílias que ganham até R$ 12 mil mensais também terão direito ao programa, antes disponível para pessoas com renda até R$ 8 mil.
O Ministro das Cidades, Jader Filho, diz que a expectativa é de que mais de 100 mil moradias sejam colocadas no mercado até o final de 2025 e chamou empresas a cadastrarem propostas para serem contempladas nessa nova faixa do programa.
“Temos atuado de forma integrada com o setor privado, com entes federativos e com os movimentos sociais para ampliar o acesso à moradia, diversificar as fontes de financiamento e aprimorar os marcos regulatórios do setor. O nosso compromisso é garantir que o investimento público seja cada vez mais eficiente, transparente e voltado para os resultados concretos. Aproveito aqui para anunciar que nas próximas semanas abriremos a nova seleção do Minha Casa Minha Vida em 2025.”
O Ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o diálogo entre o governo federal e a iniciativa privada permitiu um crescimento de 35% no investimento público e privado, possibilitando a criação de mais de 3,2 milhões de postos de trabalho.
“Estamos agora avançando para a moradia da classe média, consolidando fundo que esperamos que até 2032 seja progressivo porque o fundo do pré-sal vem das receitas de petróleo. E com novas áreas a serem exploradas, tende a ser um fundo, que permitirá investimento a longo prazo e, portanto, dando previsibilidade e sustentabilidade ao financiamento da moradia no Brasil.”
Na sequência, o presidente da Caixa Econômica, Carlos Vieira, também confirmou que o crédito ao setor está cada vez mais acessível permitindo que a indústria da construção se mantenha como um dos motores fundamentais para a economia nacional nos próximos anos. A possibilidade de utilizar recursos financeiros oriundos do pré-sal e a abertura de uma nova linha do programa MCMV para a classe média veio como destaque para as construtoras e incorporadoras.
“Este ano, no primeiro trimestre de 2025, o segmento da construção civil já está produzindo com recursos passados pela Caixa, mais de R$ 53 bilhões, promovendo a criação de 187 mil unidades habitacionais. A chamada faixa 4 tem destinados pelos recursos do pré-sal R$ 15 bilhões. Os recursos da poupança são mais R$ 15 bilhões. Então, são mais de R$ 30 bilhões nessa faixa que até então era desassistida pelos programas voltados para a habitação”, afirmou.
O presidente da CBIC, Renato Correia, afirmou que as mudanças apresentadas atualmente para o acesso ao crédito ao setor devem permitir uma nova revolução na habitação, assim como aconteceu na época do lançamento do programa Minha Casa, Minha Vida.
“Tornar essa fonte de financiamento recorrente e previsível aliada ao FGTS viabiliza a alocação de recursos capazes de fazer frente à grande demanda por habitação do país, atendendo o direito constitucional à moradia.”
Encerrando a abertura, o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, discursaram para garantir que o governo trabalhe para evitar que a indústria seja atingida por problemas com a política externa e reajuste em produtos importados.
“Nós estamos encontrando esse caminho, construindo juntos, e eu penso que nós vamos ter novidades para divulgar brevemente, no sentido de buscar esse equilíbrio entre a poupança nacional e o proveito do investimento, do qual é direito das pessoas em, eventualmente, ter acesso a uma linha de crédito mais barata, como forma de conter os vários imprevistos ou anseios de consumo que têm que ser suportados por linhas de crédito adequadas”, disse Haddad.