O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), intensificou suas críticas à empresa de energia Enel durante coletiva de imprensa realizada neste sábado (12), após os estragos causados por um forte temporal que atingiu a cidade na noite anterior, com ventos de até 80 km/h. A tempestade, que durou cerca de uma hora, deixou mais de 1,45 milhão de pessoas sem energia e resultou na morte de uma pessoa devido à queda de uma árvore.
Desde a noite de ontem, Nunes tem visitado pontos críticos da cidade, acompanhando o trabalho de equipes de recuperação. “Estamos operando com mais de quatro mil homens e máquinas de apoio ao Corpo de Bombeiros”, mas segundo ele a Enel mantém o mesmo comportamento dos anos anteriores, sem respostas efetivas ao problema com as quedas frequentes de energia. Ele aproveitou para rembrar que o presidente Lula está em processo de renovação do contrato com a multinacional italiana, mas para Nunes, a única solução viável seria a substituição do contrato ou dar mais poder às cidades para fiscalizar e multar essas empresas, além da regulação federal.
Há duas semanas do segundo turno, o deputado federal eleito Guilherme Boulos (PSOL) , que disputa o poder da cidade de São Paulo com o atual prefeito, acionou o Ministério Público, solicitando uma investigação sobre a atuação da prefeitura e da Enel na gestão da crise. Boulos pediu a elaboração de um plano emergencial para o restabelecimento da energia em casos de temporais e propôs uma multa de R$ 50 milhões por dia em casos de falhas de gestão. Ele também sugeriu a criação de um plano de manejo de árvores e a apuração das responsabilidades pelos danos.
Em resposta, Nunes considerou a atitude de Boulos “irresponsável”, destacando que São Paulo não foi a única cidade afetada pelo temporal.
Até o início da manhã deste sábado, mais de 220 ocorrências de quedas de árvores e galhos haviam sido registradas na capital, com danos a casas, vias públicas e veículos. O plano da prefeitura continua em andamento, com a expectativa de restabelecer a normalidade na cidade nos próximos dias, enquanto as críticas à Enel e ao sistema de distribuição de energia permanecem no centro do debate público.