A Polícia Civil de São Paulo pediu na sexta-feira (3) a prisão preventiva do soldado da Polícia Militar que matou à queima-roupa um estudante de medicina de 22 anos durante uma abordagem em novembro.
Marco Aurélio Cardenas Acosta foi morto na portaria de um hotel na Vila Mariana, na Zona Sul da capital, com um tiro disparado pelo PM Guilherme Augusto Macedo.
No relatório final do inquérito policial, o delegado Gabriel Tadeu Brienza Viera, do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou que, apesar de o estudante ter reagido à abordagem policial, o PM “assumiu o risco do resultado morte, porque usou ilegitimamente a arma de fogo para repelir uma suposta ameaça”.
A decisão pela prisão ou não do PM cabe à Justiça. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do PM.
O policial já havia sido indiciado no inquérito policial militar (IPM) por homicídio doloso e permanece afastado das atividades, assim como o PM que o acompanhava no dia do ocorrido.
Como foi o caso
Os PMs Guilherme Augusto Macedo e Bruno Carvalho do Prado estavam em patrulhamento pelo bairro da Vila Mariana quando o estudante, que caminhava pela rua, deu um tapa no retrovisor da viatura e correu para o interior do hotel onde hospedado com uma mulher.
Nas imagens registradas por uma câmera de segurança do hotel, é possível ver que o jovem entrou no saguão sem camisa e foi perseguido pelos policiais. Durante a confusão, o PM Guilherme atirou na altura do peito do estudante. No boletim de ocorrência, os policiais alegaram que o jovem teria tentado pegar a arma de Bruno.