Presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite (União Brasil) tem articulado, nos bastidores, para emplacar o novato Silvão Leite (em pé na foto em destaque), seu apadrinhado, na presidência da Casa a partir do próximo ano.
Em entrevista ao Metrópoles, divulgada nesta quinta-feira (5/12), Leite desconversou quando questionado sobre quem seria o seu preferido para assumir o comando da Câmara após a sua aposentadoria, mas disse que tem que ser alguém do União Brasil, partido que preside na capital paulista, e saiu em defesa de que até mesmo vereadores de primeiro mandato possam ocupar o cargo.
“Você imagina um juiz que pega uma vara no interior de São Paulo, ele não vai dar sentenças porque é a primeira dele? Ele tem que dar. Imagine um cenário em que ninguém é reeleito e você não pode presidir no primeiro mandato. Você imagina? Isso é só um dito popular. O sujeito que se candidata tem que estar apto a exercer as funções”, disse Leite à imprensa.
O Metrópoles apurou que ele tem feito esse tipo de defesa para sustentar a escolha de Silvão, que foi seu chefe de gabinete na Câmara e eleito para seu primeiro mandato enquanto vereador a partir de 2025. Leite preside a Câmara desde 2021 e vai deixar o Legislativo paulistano neste mês depois de 7 mandatos consecutivos — 28 anos.
Embora o vereador Ricardo Teixeira (União) também seja ventilado para assumir o comando da Câmara, Silvão é visto como um quadro mais fiel a Leite e de maior propensão a dar continuidade aos interesses dele na Casa.
Entre os vereadores de oposição, o nome de Silvão é bem-vindo por ser considerado um quadro “fraco” e inexperiente, o que poderia ser um trunfo em negociações nas quais discordam da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB).