Eduardo Monteiro, chefe de investigações, é acusado de corrupção e ligação com o PCC.
A corregedora-geral da Polícia Civil de São Paulo, Rosemeire Monteiro de Francisco Ibanez, solicitou afastamento do cargo após a prisão de seu sobrinho, Eduardo Monteiro, chefe de investigações da instituição. Eduardo foi detido sob acusação de corrupção e extorsão contra um investigado, além de suspeitas de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). O pedido de afastamento de Rosemeire ainda não foi publicado no Diário Oficial, mas fontes do governo confirmaram a informação.
DENÚNCIAS CONTRA EDUARDO MONTEIRO
Segundo depoimento do corretor de imóveis Vinícius Gritzbach à Corregedoria da Polícia Civil, Eduardo Monteiro e outros policiais do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) teriam exigido propina para removê-lo de uma investigação sobre a morte do líder do PCC, Anselmo Santa Fausta, conhecido como “Cara Preta”. O valor cobrado teria sido de R$ 1 milhão, pago por um advogado. Apesar disso, Gritzbach foi posteriormente denunciado pelo crime.
Na solicitação de prisão apresentada pelos promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), foi destacado que Eduardo Monteiro não temia ser investigado pela Corregedoria, devido à posição de sua tia no órgão, sugerindo que ele poderia influenciar as apurações sobre infrações funcionais.
OUTRAS SUSPEITAS
O caso de extorsão envolvendo Gritzbach não seria isolado. De acordo com a Promotoria, Eduardo Monteiro teria extorquido outros membros do PCC para que não fossem investigados por crimes de homicídio. As acusações levantam dúvidas sobre a integridade da atuação de policiais vinculados à 3ª Divisão de Homicídios do DHPP.
A investigação prossegue, e o pedido de afastamento de Rosemeire Monteiro marca um novo desdobramento no caso, que abala a credibilidade de setores estratégicos da Polícia Civil de São Paulo.