A presidente da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), Patrícia Vanzolini, criticou as “interferências políticas” nas escolhas do Conselho Federal da entidade em indicações para vagas de desembargadores e ministros de Cortes Superiores. A advogada afirmou que escolhas como as de filhos de ministros para tribunais geram “estranhamento” e “desconforto”.
As declarações foram feitas durante café da manhã da presidente da OAB-SP com jornalistas nesta quinta-feira (12/12). Após concluir seu mandato, Patrícia Vanzolini assumirá o cargo de conselheira federal do órgão. Ela defende levar para o Conselho Federal critérios de paridade de gênero para escolha das listas sêxtuplas de advogados indicados a vagas do Quinto Constitucional.
“Já me perguntaram sobre a relação da advocacia com o Judiciário e o empresariado. Eu acho que essa temática a gente precisa pensar como a mulher de César, que não basta ser honesta, tem que parecer honesta. Talvez o filho do ministro fosse um excelente nome, fosse uma pessoa altamente capacitada, qualificada, mas gera um estranhamento, um desconforto”, afirmou Patrícia Vanzolini.
As últimas listas tríplices para cargos importantes do Judiciário foram marcadas pela presença de filhos de ministros entre os indicados da OAB. Em uma delas, para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), foi indicado o advogado Eduardo Martins, filho do ministro Humberto Martins, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Assim como o pai, ele foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.