A tentativa do governo federal de segurar o aumento nos preços dos alimentos com a isenção de impostos de importação não terá efeito no mercado interno, pois a maioria dos produtos já tem tarifas zeradas. A avaliação é da Federação dos Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp), que classificou a medida como “inócua”.
A proposta da União, divulgada na quinta-feira (6/3) pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), incide sobre nove alimentos que compõem boa parte da cesta básica do brasileiro.
Segundo o diretor-executivo da Fhoresp, Edson Pinto, o problema é que a maioria dos produtos anunciados nesta semana com imposto zerado são provenientes de países vizinhos (Mercosul) — formado por Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina —, já beneficiado com a isenção na tributação:
“O que poderia ser feito é uma compensação da perda do repasse de impostos aos Estados e uma medida que forçasse uma redução do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), bem como uma forte redução nas taxas e tarifas elevadíssimas do vale-refeição. Isso, sim, poderia, de alguma forma, refletir numa redução na carga tributária sobre os produtos brasileiros e na refeição fora-do-lar e, consequentemente, nas prateleiras dos supermercados e no bolso do brasileiro. O que se tem até agora é sem efeito, totalmente inócuo”, argumenta Edson Pinto.