O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, afirmou que o governo não tem os votos necessários para aprovar a urgência dos projetos de corte de gastos.
A declaração foi feita durante um evento em Brasília, e os requerimentos de urgência para os projetos estavam na pauta desta quarta-feira, 3, mas devem ser adiados. Lira atribuiu o atraso à decisão do ministro do STF, Flávio Dino, que impôs condições para a liberação de emendas parlamentares, o que gerou revolta entre os deputados.
Dino exigiu maior transparência na execução das emendas, o que não agradou ao Congresso, que já havia aprovado um projeto sancionado pelo presidente Lula, mas que não atendeu ao STF. Lira criticou a atuação de Dino, considerando-a uma tentativa de legislar sobre temas do Congresso. Como resposta, parlamentares ameaçaram barrar a votação do pacote de gastos.
Em resposta à crise, o presidente Lula liberou quase R$ 8 bilhões em emendas e planeja negociar com Dino para flexibilizar as exigências. Apesar das dificuldades, Lira se mostrou confiante de que o pacote de gastos será aprovado ainda neste ano, possivelmente na última semana de atividades do Legislativo.