O dólar alcançou a marca histórica de R$ 6 pela primeira vez nesta quinta-feira (28), fechando a R$ 5,98, após alta de 1,30%.
A disparada da moeda americana foi uma reação do mercado ao pacote de corte de gastos anunciado pelo governo federal, que inclui a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Economistas, como Felipe Salto da Warren Investimentos, consideram os cortes insuficientes para garantir o cumprimento das metas fiscais, apontando que os esforços fiscais propostos são menores do que os necessários para alcançar um superávit adequado.
O pacote fiscal resultará em uma economia de R$ 45,1 bilhões até 2026, mas ainda assim, a reação do mercado foi de frustração, o que levou o J.P. Morgan a revisar suas projeções, sugerindo um aumento na taxa Selic para 14,25% em 2025.
Em 2024, o real perdeu 19,1% de seu valor frente ao dólar, sendo uma das moedas mais desvalorizadas do ano. Por outro lado, o Ibovespa também apresentou uma queda significativa, acumulando um recuo de 4,85% no ano, com o índice caindo para 125.317 pontos.
As medidas anunciadas pelo governo para controle do gasto público ainda dependem da aprovação do Congresso, incluindo mudanças constitucionais que podem demorar mais para surtir efeito. A avaliação é que o sucesso do pacote fiscal dependerá de como será a tramitação no legislativo.
O Goldman Sachs também expressou críticas ao pacote fiscal, considerando-o decepcionante e excessivamente carregado, com uma estratégia focada em aumentar impostos ao invés de uma postura fiscal mais rigorosa.