Após ter sido acusado por algumas mulheres de assédio sexual, a ministra da Igualde Racial, Anielle Franco, se manifestou e afirmou que “sofreu importunação sexual por parte de Silvio Almeida”. Exoneração do presidente Lula já foi publicada no Diário Oficial da União.
O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi exonerado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira, 6 de setembro. Lula, divulgou nota sobre a demissão e não indicou o substituto. A exoneração já foi publicada no Diário Oficial da União, em edição extra.
“Diante das graves denúncias contra o Ministro Silvio Almeida e depois de convoca-lo para uma conversa no Palácio do Planalto, no início da noite desta sexta-feira (6), o presidente Lula decidiu pela demissão do titular da Pasta de Direitos Humanos e Cidadania”, informa o comunicado.
“O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual.
Comenta-se que uma das denunciantes foi a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial). Os bastidores da política em Brasília apontam que a ministra disse aos próximos de Lula que sofreu importunação sexual por parte de Silvio Almeida.
Anielle se manifestou, também por nota, após a exoneração de Almeida. Acompanhe na íntegra:
“Hoje eu venho aqui como mulher negra, mãe de meninas, filha, irmã, além de Ministra de Estado da Igualdade Racial.
Eu conheço na pele os desafios de acessar e permanecer em um espaço de poder para construir um país mais justo e menos desigual.
Desde 2018, dedico minha vida para que todas as mulheres e pessoas negras possam estar em qualquer lugar sem serem interrompidas.
Não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência. Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o procedimento correto, por isso ressalto a ação contundente do presidente Lula e agradeço a todas as manifestações de apoio e solidariedade que recebi.
Tentativas de culpabilizar, desqualificar, constranger, ou pressionar vítimas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade também não cabem, pois só alimentam o ciclo de violência.
Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações, sempre que acionada.
Sabemos o quanto mulheres e meninas sofrem todos os dias com assédios em seus trabalhos, nos transportes, nas escolas, dentro de casa. E posso afirmar até aqui, que o enfrentamento a toda e qualquer prática de
violência é um compromisso permanente deste governo.
Sigo firme nos passos que me trouxeram até aqui, confiante nos valores que me movem e na minha missão de trabalhar por um Brasil justo e seguro pra todas as pessoas”.
Da redação / Foto: montagem/reprodução BBC News Brasil