O Ministério Público Federal (MPF) iniciou uma investigação para apurar possíveis irregularidades nas ações do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) contra médicos que realizaram abortos legais no Hospital Vila Nova Cachoeirinha, na Zona Norte de São Paulo.
A investigação foca na abertura de sindicâncias contra os médicos envolvidos no procedimento. O Cremesp ainda não se manifestou sobre o caso.
Em maio, duas médicas do hospital foram suspensas pelo Cremesp, após denúncias do Sindicato dos Médicos (Simesp), que alegaram perseguição às profissionais após acesso indevido aos prontuários de pacientes. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) afirmou que a entrega dos prontuários foi feita de acordo com a lei, sem violação de sigilo médico. A polícia também investiga os acessos ilegais aos dados.
Foram revelados dois protocolos que mostram que prontuários de abortos legais realizados entre 2020 e 2022 foram enviados à SMS, o que levanta mais suspeitas sobre a conduta do Cremesp e o gerenciamento de informações sensíveis.