Parte da parede de um prédio, localizado dentro de um sítio arqueológico no Centro de São Paulo, cedeu e o concreto caiu na área de escavações.
Este local é vizinho ao futuro Memorial dos Aflitos, que será construído sobre o antigo cemitério dos aflitos, o primeiro de São Paulo. Em 2018, arqueólogos encontraram ossadas de escravos datadas entre os séculos 18 e 19 nesse local. Em 2020, a Prefeitura autorizou a desapropriação do terreno para a construção do memorial, que abrigará parte do sítio arqueológico.
Embora apenas uma porção do sítio tenha sido escavada até o momento, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) informou que toda a quadra está registrada como sítio arqueológico e que qualquer obra na área precisa de sua autorização. Movimentos sociais alertam para movimentações irregulares de terra no local, que estariam ocorrendo desde outubro de 2024, o que poderia comprometer o patrimônio histórico, misturando terra do cemitério com resíduos da obra vizinha.
Em resposta, o Iphan enviou notificações à Subprefeitura da Sé e ao Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo, e afirmou que pode acionar a Polícia Federal, caso necessário, pois bens tombados são responsabilidade da União. A Prefeitura ainda não se posicionou oficialmente. Imagens obtidas pelo g1 mostram trabalhadores carregando sacos de terra de dentro do terreno e descarregando-os em uma caminhonete não identificada, o que gerou mais preocupações sobre a integridade do sítio arqueológico.